Muito se fala a respeito do comportamento high-tech adotado pelas crianças de hoje. Constantemente estimuladas a aprender, desde cedo, a ler, a escrever e a assumir as “responsabilidades” de conhecer informática, de se comunicar fluentemente em uma língua estrangeira e de incorporar, no vocabulário, palavras que não faziam parte da Língua Portuguesa, como “deletar”, elas modificaram, nas últimas décadas, muitas atitudes e posturas. Todas as atribuições que foram agregadas à rotina infantil – que provêm tanto das escolas como das famílias – são, normalmente, baseadas no desejo de que os pequenos progridam e tenham um futuro brilhante quando crescerem. Mas, apesar de deixar as crianças mais curiosas e atualizadas, essas obrigações trazem uma carga de estresse com a qual, nem sempre, elas conseguem lidar. Segundo alguns estudiosos, esse é um dos motivos para que os pequenos, hoje em dia, sejam considerados sem limites, “cheios de vontades” e, até mesmo, insolentes. Mas essa mudança de postura infantil pode ter raízes mais profundas. É possível, inclusive, que ela seja fruto do correcorre da vida moderna. Isso porque, ao ter que cuidar da casa, do trabalho, e da vida pessoal e afetiva, os pais deixam de lado a educação e o convívio com os filhos e consideram que é responsabilidade da escola educar e ensinar as crianças.
