Kindle Price: | $11.00 |
Sold by: | Amazon.com Services LLC |
Your Memberships & Subscriptions
Download the free Kindle app and start reading Kindle books instantly on your smartphone, tablet, or computer - no Kindle device required.
Read instantly on your browser with Kindle for Web.
Using your mobile phone camera - scan the code below and download the Kindle app.
OK
O Brasil no Contexto: 1987-2017 (Portuguese Edition) Kindle Edition
- LanguagePortuguese
- PublisherContexto
- Publication dateMarch 16, 2017
- File size6212 KB
Customers who bought this item also bought
Product details
- ASIN : B06XDPWNR6
- Publisher : Contexto; 1st edition (March 16, 2017)
- Publication date : March 16, 2017
- Language : Portuguese
- File size : 6212 KB
- Text-to-Speech : Enabled
- Screen Reader : Supported
- Enhanced typesetting : Enabled
- Word Wise : Not Enabled
- Sticky notes : On Kindle Scribe
- Print length : 212 pages
- Customer Reviews:
About the author
Discover more of the author’s books, see similar authors, read author blogs and more
Customer reviews
Customer Reviews, including Product Star Ratings help customers to learn more about the product and decide whether it is the right product for them.
To calculate the overall star rating and percentage breakdown by star, we don’t use a simple average. Instead, our system considers things like how recent a review is and if the reviewer bought the item on Amazon. It also analyzed reviews to verify trustworthiness.
Learn more how customers reviews work on Amazon-
Top reviews
Top review from the United States
There was a problem filtering reviews right now. Please try again later.
Top reviews from other countries
Apesar de todos os temas serem excelentes, assim como os artigos e autores, alguns acabam chamando um pouco mais a atenção e serão aqui destacados. Abordar-se-á então os seguintes aspectos: família, mulheres e violência.
Em relação ao primeiro, é inegável que tivemos uma mudança positiva gigante nos últimos anos. Isso fica nítido quando vemos inúmeras denominações para tentar abarcar os diferentes tipos familiares: família pé de feijão, família simultânea, família mosaico, união poliafetiva... A lista é longa e os tipos de amor são variados. Porém, apesar da abertura e do reconhecimento de outros tipos de família, essencial para a valorização e a proteção de direitos, vemos ainda um ataque conservador às “novas famílias”, inclusive com a tentativa de caçada de direitos através da lei. Ademais, ainda restam algumas mazelas do patriarcalismo, como a opressão da mulher na entidade familiar e a “obrigação” feminina dos afazeres domésticos. Apesar disso, é inegável o avanço, e nos faz perceber que ainda há esperança, apesar de a luta estar apenas no começo.
“Os avanços em relação às uniões entre pessoas do mesmo sexo continuaram. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a resolução 175/13, que obrigava os cartórios de todo o Brasil a celebrar o casamento civil e converter a união homoafetiva em casamento. A Holanda foi o primeiro país a legalizar esse tipo de união, em 2000, e o Brasil foi o 13º” (p. 105).
Quanto às mulheres, os avanços foram inúmeros, mas infelizmente não conseguiram alcançar todas. Mulheres jovens e mais idosas, acadêmicas e sem instrução, urbanas e rurais possuem perspectivas sociais bem diferentes. A emancipação não chegou para todos os subgrupos. Apesar disso, algumas boas novidades apareceram na sociedade, como a maior liberdade para trabalhar – mesmo que, em muitos casos, ainda recebam menos que um homem que exerça a mesma função –, a maior liberdade sexual, e defesas legais como a Lei Maria da Penha e a do Feminicídio. Entretanto, ainda fica clara a necessidade de melhora: eventos recentes de abusos contra a mulher, misoginia e sexismo mostram que ainda estamos longe do ideal. A luta é grande; mas já não faltam exemplos de mulheres poderosas para inspirar as novas gerações feministas.
“A educação formal foi o grande diferencial na emancipação feminina, colaborando para promover a ascensão social das mulheres no Brasil, tornando-as mais competitivas no mundo do trabalho qualificado e proporcionando-lhes autonomia financeira. Os índices de analfabetismo entre os homens superaram os das mulheres no início dos anos 1990. Se, nos anos 1970, as mulheres já eram maioria no ensino médio, essa superioridade numérica foi constatada também no ensino superior de graduação” (p. 120).
Sobre a violência, porém, as notícias não são tão promissoras. Como destaca Renato Sérgio de Lima, “o Brasil mostrou-se incompetente nesses últimos 30 anos em reduzir a violência e garantir direitos civis para a população”. Para piorar, aparecem dados que nos dizem que “em termos globais, por exemplo, o país é responsável, em média, por 12% dos homicídios do mundo apesar de abrigar apenas 3% da população mundial” (p. 143). O que fica evidente, então, é uma falta de planejamento para políticas públicas referentes à segurança, uma falta de investimentos em áreas estratégicas como educação e saúde, que aumentam a vulnerabilidade social. Ademais, ainda temos que conviver com um outro tipo de violência endêmica e que atinge diretamente o bolso do cidadão: a corrupção. Ou seja, a desesperança é total.
“Fantasmas da Guerra Fria são ressuscitados, como o medo do ‘comunismo’, seja lá o que isso signifique em terras tupiniquins, bem como novas bandeiras são levantadas, como a da ‘escola sem partido’, a denúncia da ideologia de gênero, resgate de valores da religião ou a negação do racismo. E, para combater esse inimigo, surgem propostas para que conquistas da Constituição de 1988 sejam revistas, como o fim da universalidade das políticas sociais ou a limitação de direitos. Nesse movimento, temas que nem mesmo a Carta Magna teve coragem de enfrentar, como o da segurança pública, tender a continuar interditados e reféns do medo e da violência. A cidadania continua sendo garantida apenas para uma parcela da população” (p. 148).
Pelos poucos pontos levantados, é possível perceber todo o conteúdo interessante que a obra carrega. Melhor: os artigos são escritos em uma linguagem acessível, sem muitos termos técnicos, tornando a leitura informativa e prazerosa para todos os públicos. Isso mostra, mais uma vez, a preocupação da editora Contexto em levar conhecimento aos seus leitores.
Além do bom conteúdo, a obra também se destaca pela parte física de qualidade. Encontramos no livro uma capa dura belíssima, uma diagramação de primeira linha, com belas ilustrações, e uma revisão excelente. Ou seja, todos os elementos contribuem para uma leitura prazerosa e rica.
Em suma, O Brasil no Contexto mostra-se uma obra potente para o entendimento de alguns aspectos do nosso país, além de ser acessível a todos os públicos. Um livro que, sem dúvidas, precisa estar na sua cabeceira.
Para mais resenhas, acesse o site Desbravador de Mundos.
Reviewed in Brazil on April 17, 2017
Apesar de todos os temas serem excelentes, assim como os artigos e autores, alguns acabam chamando um pouco mais a atenção e serão aqui destacados. Abordar-se-á então os seguintes aspectos: família, mulheres e violência.
Em relação ao primeiro, é inegável que tivemos uma mudança positiva gigante nos últimos anos. Isso fica nítido quando vemos inúmeras denominações para tentar abarcar os diferentes tipos familiares: família pé de feijão, família simultânea, família mosaico, união poliafetiva... A lista é longa e os tipos de amor são variados. Porém, apesar da abertura e do reconhecimento de outros tipos de família, essencial para a valorização e a proteção de direitos, vemos ainda um ataque conservador às “novas famílias”, inclusive com a tentativa de caçada de direitos através da lei. Ademais, ainda restam algumas mazelas do patriarcalismo, como a opressão da mulher na entidade familiar e a “obrigação” feminina dos afazeres domésticos. Apesar disso, é inegável o avanço, e nos faz perceber que ainda há esperança, apesar de a luta estar apenas no começo.
“Os avanços em relação às uniões entre pessoas do mesmo sexo continuaram. Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou a resolução 175/13, que obrigava os cartórios de todo o Brasil a celebrar o casamento civil e converter a união homoafetiva em casamento. A Holanda foi o primeiro país a legalizar esse tipo de união, em 2000, e o Brasil foi o 13º” (p. 105).
Quanto às mulheres, os avanços foram inúmeros, mas infelizmente não conseguiram alcançar todas. Mulheres jovens e mais idosas, acadêmicas e sem instrução, urbanas e rurais possuem perspectivas sociais bem diferentes. A emancipação não chegou para todos os subgrupos. Apesar disso, algumas boas novidades apareceram na sociedade, como a maior liberdade para trabalhar – mesmo que, em muitos casos, ainda recebam menos que um homem que exerça a mesma função –, a maior liberdade sexual, e defesas legais como a Lei Maria da Penha e a do Feminicídio. Entretanto, ainda fica clara a necessidade de melhora: eventos recentes de abusos contra a mulher, misoginia e sexismo mostram que ainda estamos longe do ideal. A luta é grande; mas já não faltam exemplos de mulheres poderosas para inspirar as novas gerações feministas.
“A educação formal foi o grande diferencial na emancipação feminina, colaborando para promover a ascensão social das mulheres no Brasil, tornando-as mais competitivas no mundo do trabalho qualificado e proporcionando-lhes autonomia financeira. Os índices de analfabetismo entre os homens superaram os das mulheres no início dos anos 1990. Se, nos anos 1970, as mulheres já eram maioria no ensino médio, essa superioridade numérica foi constatada também no ensino superior de graduação” (p. 120).
Sobre a violência, porém, as notícias não são tão promissoras. Como destaca Renato Sérgio de Lima, “o Brasil mostrou-se incompetente nesses últimos 30 anos em reduzir a violência e garantir direitos civis para a população”. Para piorar, aparecem dados que nos dizem que “em termos globais, por exemplo, o país é responsável, em média, por 12% dos homicídios do mundo apesar de abrigar apenas 3% da população mundial” (p. 143). O que fica evidente, então, é uma falta de planejamento para políticas públicas referentes à segurança, uma falta de investimentos em áreas estratégicas como educação e saúde, que aumentam a vulnerabilidade social. Ademais, ainda temos que conviver com um outro tipo de violência endêmica e que atinge diretamente o bolso do cidadão: a corrupção. Ou seja, a desesperança é total.
“Fantasmas da Guerra Fria são ressuscitados, como o medo do ‘comunismo’, seja lá o que isso signifique em terras tupiniquins, bem como novas bandeiras são levantadas, como a da ‘escola sem partido’, a denúncia da ideologia de gênero, resgate de valores da religião ou a negação do racismo. E, para combater esse inimigo, surgem propostas para que conquistas da Constituição de 1988 sejam revistas, como o fim da universalidade das políticas sociais ou a limitação de direitos. Nesse movimento, temas que nem mesmo a Carta Magna teve coragem de enfrentar, como o da segurança pública, tender a continuar interditados e reféns do medo e da violência. A cidadania continua sendo garantida apenas para uma parcela da população” (p. 148).
Pelos poucos pontos levantados, é possível perceber todo o conteúdo interessante que a obra carrega. Melhor: os artigos são escritos em uma linguagem acessível, sem muitos termos técnicos, tornando a leitura informativa e prazerosa para todos os públicos. Isso mostra, mais uma vez, a preocupação da editora Contexto em levar conhecimento aos seus leitores.
Além do bom conteúdo, a obra também se destaca pela parte física de qualidade. Encontramos no livro uma capa dura belíssima, uma diagramação de primeira linha, com belas ilustrações, e uma revisão excelente. Ou seja, todos os elementos contribuem para uma leitura prazerosa e rica.
Em suma, O Brasil no Contexto mostra-se uma obra potente para o entendimento de alguns aspectos do nosso país, além de ser acessível a todos os públicos. Um livro que, sem dúvidas, precisa estar na sua cabeceira.
Para mais resenhas, acesse o site Desbravador de Mundos.